quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Coragem ou imprudência?

Como somos imprudentes. Prudência é o mesmo que respeitar a si mesmo. Quanto mais sábio, mais prudente.
Vivemos arriscando nosso bom senso. Precisamos refletir bastante antes de decidir o melhor caminho a ser seguido. Muitos exageram na coragem. Mas será uma atitude louvável ou estão caminhando para o fracasso?  Como disse o poeta baiano Gilberto Gil “andar com fé eu vou, porque a fé não costuma faia”. Será que realmente devemos abraçar uma fé irracional ou agir com bastante prudência para evitar o caos?
Muitas vezes agimos como se estivéssemos cegos. Coragem é importante, mas desde quando esteja junto a prudência. Ser corajoso não é sinônimo de alguém forte, na maioria das vezes revela uma pessoa extremamente fraca. Basta observar aqueles que preferem arriscar sua integridade ao invés de controlar seu orgulho e vaidade.
Aquele que foi educado para ser prudente poderá ser bastante corajoso, no entanto, sua coragem apresentará racionalidade e bom senso. Não haverá espaço para riscos absurdos, sua fé será extremamente fortalecida pela razão. Certamente encontrará paz e harmonia. 
Corajoso não é aquele que enfrenta todos para impor seus objetivos, mas aquele que se mostra fraterno, caridoso e acolhedor diante do próximo. Corajoso não é aquele que agride, mas aquele que após ser agredido consegue perdoar, e entende a fraqueza do agressor.  Corajoso não é aquele que realiza aventuras extraconjugais em busca de prazeres da carne, mas aquele que sabe dizer que o amor acabou de forma respeitosa e harmônica. Corajoso não é aquele que arrisca sua vida em busca de prazeres momentâneos, mas aquele que consegue seguir seus objetivos e princípios sem permitir a influência contraria de pessoas que ainda não adquiriram a racionalidade.
Como disse Confúcio “Saber o que é correto e não o fazer é falta de coragem”. Sendo confrontado com situações que, mediante profunda análise, concluímos ser incoerentes com os princípios sociais, devemos reagir com extrema coragem. E neste caso, buscar na prudência o amparo necessário para assegurar a coragem racionalizada.
Allan Kardec, codificador da doutrina espírita, afirma que “os homens semeiam na terra o que colherão na vida espiritual: os frutos da sua coragem ou da sua fraqueza”. Com isso, devemos ter bastante coragem raciocinada para enfrentar os desafios, caso contrário, deixaremos nossas fraquezas expostas revelando a nossa verdadeira essência.
Coragem ou imprudência?