quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

A flor que o passarinho queria beijar

Observando a natureza vi uma cena surpreendente que me chamou muito a atenção. Notei que um passarinho tentava imitar um beija-flor. Toda vez que o beija-flor chegava na flor, o passarinho lá estava. Por mais que ele tentasse nunca conseguiria, pois, o beija-flor tem adaptação únicas que não existem nos passarinhos.
Observei a atenção do passarinho olhando a sutileza do beija-flor. Ele olhava sua delicadeza, olhava o respeito com que tratava a flor. Atentamente observava sua dança no céu. Quando o beija-flor partia, lá ia ele tentando imitá-lo. Mas com movimentos muito grosseiros não conseguia o equilíbrio. Sem forças para bater suas asas como o beija-flor, acabava por desistir. E aceitava sua vida de passarinho. 
Observando tudo isso, pensei: Será que somos assim? Será que vivemos tentando imitar os outros?
Precisamos de exemplos, é fundamental termos referências na vida. Mas jamais conseguiremos ser igual a alguém. Vejo pessoas que dizem: Queria ser igual a “fulano”. Respondo: Seja você mesmo! Como disse Osho: “Ser autêntico significa ser fiel a si próprio. É um fenômeno muitíssimo perigoso; são raras as pessoas que o fazem. Mas sempre que as pessoas o fazem, elas conseguem. Elas conseguem uma beleza tal, uma graça tal, um contentamento tal que não pode ser imaginado”.
Seja autêntico. Não queira viver como aquele passarinho. Imagine sua aflição desejando ser igual ao beija-flor. Ser autêntico significa aceitar quem você é. Vivemos imitando os outros. Imitamos a forma de falar, imitamos a forma de vestir, imitamos até mesmo o carro. E quando percebemos que aquela forma de falar não combina conosco, quando percebemos que aquela forma de vestir não combina conosco, quando percebemos que não podemos comprar aquele carro, a aflição é certa. O melhor mesmo é aceitar sua vida de passarinho.
Não se preocupe com os julgamentos alheios. Seja autêntico. Não se preocupe com os comentários alheios. Seja autêntico. Não queira viver um personagem, pois é assim que muitos vivem. Se preocupam tanto em agradar o outro, se preocupam tanto com a aceitação, que esquecem de ser autênticos. Não queira ser um simples personagem, seja o autor. Seja o autor da sua vida! Devemos admirar pessoas, mas jamais querer ser igual. Uma vez que, se isso acontecer, seremos um personagem. Quanto mais autêntico formos, mais teremos pessoas autênticas do nosso lado.
E o passarinho? Depois de tanto tentar imitar o beija-flor reconheceu que jamais seria como ele. Sentou em um galho, e iniciou um canto belíssimo. Tão belo que parei meus afazeres para escutar aquele canto. Tão belo que fez o beija-flor parar de beijar a flor e admirá-lo. Ele sabia que não tinha a capacidade de cantar como aquele passarinho. Certamente naquele momento pensou em ser um pássaro cantante! Diante disso, refleti: Realmente não adianta imitar ninguém, aceite quem você é. Seja autêntico, pois dentro de nós habita alguma potencialidade que muitas vezes está reprimida, ou que ainda não reconhecemos. Então faça como aquele passarinho, pare de se preocupar com as qualidades dos outros e passe a reconhecer as suas. Seja você um beija-flor ou um passarinho.